A luta

Lutar não é apenas seguir um caminho e ir em frente...é passar pelas armadilhas, lutar contra imperadores, matar leões apenas com uma pedra...E principalmente, evoluir dia após dia...
Marcius Fuchs

Comentem!!!

Fiéis leitores e leitoras!!! Faço meus textos para instigar o debate, então comentem, para debatermos todas as divergências que surgirão a partir da leitura!!! e tbm toda crítica, seja ela positiva ou negativa, é sempre bem vinda!!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Dança, sexualidade e educação! Um meio para a superação!

Lendo o texto “A masculinidade do homem que dança: O ensaio sobre a constituição da Identidade sexual de bailarinos.” Surgiram questões em nossas mentes, questões essas que há muitos anos vêm sendo colocadas em nossa sociedade, questões sobre gêneros e sexualidade!


A primeira questão a colocar é: O que é ser normal? Se analisarmos o contexto social de cada indivíduo, cada um tem sua idiossincrasia, assim todos somos diferentes um dos outros, ou seja, não há como colocar um padrão de normalidade considerando que há contextos sociais próprios de cada ser.

Mas em que a sociedade se baseia para construir essa normalidade? Simplesmente nos interesses da classe dominante, pois a família atual capitalista baseia-se no Capital e no lucro privado, assim existindo a família centralizada, patriarcal, usando a mulher como um mero instrumento de produção, e para sustentar essa ideologia do sistema regente, usam da educação pra manter esses padrões ditos normais pela elite. E na dança não é diferente.

Historicamente a dança se confundiu com o desenvolvimento da humanidade, sempre ligada a momentos solenes se fez presente dos rituais religiosos aos rituais de guerra dando um aumento a sua importância, não vista em outras manifestações. E com a lógica burguesa de se apropriar de culturas para fortalecer seus interesses, usou a dança para coagir ainda mais essa “família” centralizada e essa “normalidade” da sexualidade humana.

O medo de tocar e ser tocado, a vergonha de manifestar seus sentimentos, não vem da natureza humana, como muitos afirmam, e sim da repressão histórica feita por interesses de uma minoria, como no feudalismo com a Igreja, e no capitalismo pela classe capitalista. Pois o tocar e ser tocado permite uma maior liberdade de expressão, um conhecimento e controle do corpo e de sua personalidade. Essa repressão histórica vem com o intuito de fortalecer os interesses de tal elite, de ver o homem como um simples meio de produção, alienando a sociedade a fim de fazê-la apenas reproduzir.

A dança como meio de cultura corporal, e método educacional, pode ser usada como um instrumento de libertação, usada como um efeito contrário à lógica burguesa, enfatizando a liberdade de expressão a fim de haver uma manifestação sentimental a ponto de superar a repressão da heteronormatividade (termo usado para enfatizar que a heterossexualidade é o padrão de normalidade sexual), equilibrando a existência da mulher, do homem e de suas diversas sexualidades.

No filme “Billy Eliot” podemos ver essa visão de homem como apenas modo de produção, quando o pai, trabalhador de uma mina de carvão mineral, obrigava seu filho a praticar o boxe, a fim de construir um homem forte para no futuro se tornar o centro da família para poder sustentar sua existência na sociedade, pois a classe trabalhadora vende sua força de trabalho, sua mercadoria, para permanecer com sua existência como classe trabalhadora, trocando o valor de sua mercadoria pelas suas necessidades básicas de existência, como comer, tomar água, etc... Assim, a escolha do menino em dançar balé foi altamente proibida pelo seu pai, pois a educação dada em sua sociedade foi a imposta pelos padrões burgueses de sustentação ao capital, como já foi citado antes.

Roubaram nossa cultura, roubaram nossa liberdade de expressão, nosso direito de pensar, nosso direito de escolha, falta muito pouco para roubarem de vez nosso direito de viver. Dessa maneira a dança pode ser mais um instrumento para ajudar a superar as repressões feitas pela sociedade capitalista, ajudando nas práticas sociais de cada indivíduo, tornando estes sujeitos pensantes capazes de lutar por todos nossos reais direitos, principalmente nosso direito de seres humanos, da nossa existência como pessoas frutos de uma sociedade igualitária e sem preconceitos.



Texto de: Marcius Fuchs


Guilherme Lovatto



Fontes:

Filme Billy Eliot do diretor Stephen Daldry;


O manifesto do Partido Comunista de Karl Marx;


Trabalho assalariado e capital & Salário preço e lucro de Karl Marx;


A masculinidade do homem que dança: O ensaio sobre a constituição da Identidade sexual de bailarinos. Pesquisa desenvolvida pelo coletivo de pesquisadores(as) do Grupo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual, Dança e Educação Física no NUPESC/DEF/UFPR.