Venho mais uma vez mostrar minha indignação a um tipo específico de repressão, a repressão aos usuários de drogas – hoje mais especificamente dos usuários de maconha. Temos que pensar bem no que causa o conflito entre direitos e interesses, expressão corporal e moralismo burguês. Para tal, devemos saber um pouco mais sobre a história da causa de toda essa repressão, e depois criticarmos.
Desde 8.000 anos antes de Cristo até o início do séc. XX, a maioria dos produtos como cordas, velas (de embarcações), tecidos em geral, eram feitos da fibra da maconha. Com pouca tecnologia para a produção de produtos oriundos da planta, ficava difícil a produção
A proibição da maconha começou nos EUA na década de 30, pois grandes indústrias têxteis, como a companhia DuPont,empresários de plástico e de papel, como do mega-milionário , e possuidor dos principais meios de comunicação do país da época, William Randolph Hearst e grandes latifundiários de algodão, estavam ameaçados frente aos seus lucros. Caso não agissem contra a planta, os grandes burgueses perderiam bilhões de dólares. Observe-se que, só na área da produção do papel, um acre de plantação da Cannabis produz a mesma quantia de papel que quatro acres de árvores desmatadas.
Além da produção de papel, a maconha é ideal para a produção do plástico, de explosivos e têxtil. Porém, a DuPont acabara de patentear a produção de plástico oriundo do petróleo. Também o nylon, com suas tecnologias altamente poluidoras, sugando ainda mais a vida do planeta, se importando com interesses mercantis e esquecendo-se das questões sociais.
Os jornais da época, pertencentes a William Hearst, começaram a fazer uma forte campanha anti-maconha, enfatizando acidentes de carros causados por usuários da erva nas páginas principais. Já os causados por bêbados ficavam em terceiro plano e nas páginas internas, começando aí a repressão.
Com o fim da lei seca, o departamento que fiscalizava o comércio ilegal de bebidas alcoólicas não teria mais finalidade. Isso geraria bastante desempregados, o governo então, aproveitando o apoio da grande burguesia, usou da situação para por em prática a lei denominada “Marijuana Tax Act”, em 1937, com o objetivo de removê-la do mercado, apesar de muitos relatórios e pesquisas feitas na época enfatizando que o uso da droga era menos danoso que muitas drogas lícitas.
Em um espaço da coluna do jornalista Fabrício Minussi do jornal A Razão de Santa Maria do dia 19 de Abril de 2008, fala sobre a falta de maconha na cidade, pois a polícia federal está apreendendo a maioria da droga, assim tendo um aumento do uso de crack e cocaína aumentando a violência.
Não estou aqui para fazer apologia, nem mesmo para falar em legalização ou instigar o uso, e sim, mostrar que pessoas que usam drogas, têm seu direito de usar, sem sofrer preconceitos ou até mesmo agressões, pois toda violência gerada, não é pelo uso como a sociedade fala, e sim pela repressão.
Pergunto, qual a diferença entre álcool e maconha? Sabemos hoje, após pesquisas, que as bebidas alcoólicas também "queimam" neorônios, e fazem muito mais danos que a erva. A cerveja pode levar aos destilados e bebidas cada vez mais danosas, como a cannabis pode levar a outras drogas mais fortes. Porém, como há pessoas que tomam sua cerveja no final de semana e sabem controlar seu uso, há aquelas que fumam seu baseado e sabem controlar o uso.
Bom, as questões são: Até quando deixaremos os interesses burgueses e seu moralismo ditar as regras de nossa sociedade? Até quando eles sugarão a liberdade de escolha e direitos de cada cidadão? Até quando nossa terra será explorada e sucateada pelos mesmos? Cada um de nós tem sã consciência do que fazemos, do que escolhemos e do que acarretará nossas escolhas. Porém a alienação e preconceitos causados por interesses de poucos, fazem com que pessoas sejam reprimidas, seja por uso de drogas, por sua escolha sexual, por sua cor e infinitas características que são vistas como “anormais” pela maioria. Como diria no rico livro “O manifesto do Partido Comunista” de K. Marx e F. Engels, o pensamento da maioria é o pensamento da classe dominante, e esse pensamento “dominante” faz o mundo cair dia após dia em um poço sem fundo! Qual é o seu papel, reprimir ou se libertar?
Marcius Minervini Fuchs
3 comentários:
Eu não sabia dessa historiada proibição, importante saber
sair da alienação
parabens senhor Marcius
continue na Luta
Apoiado!!! As pessoas só não querem entender, e só não querem enxergar. Muito legal você ter um blog assim Marcius. Para o pessoal abrir os olhos um pouco.
Quero aproveitar e deixar uma comunidade do orkut que tem o mesmo intúito: Abrir os olhos da sociedade alienada.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=45961810
Vamos mudar oque não nos deixa satisfeitos :)
Muito massa o texto Marcius... Nao sabia dessa historia... Muito bom saber ^^
Bjos
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