Lendo o texto “A masculinidade do homem que dança: O ensaio sobre a constituição da Identidade sexual de bailarinos.” Surgiram questões em nossas mentes, questões essas que há muitos anos vêm sendo colocadas em nossa sociedade, questões sobre gêneros e sexualidade!
A primeira questão a colocar é: O que é ser normal? Se analisarmos o contexto social de cada indivíduo, cada um tem sua idiossincrasia, assim todos somos diferentes um dos outros, ou seja, não há como colocar um padrão de normalidade considerando que há contextos sociais próprios de cada ser.
Mas em que a sociedade se baseia para construir essa normalidade? Simplesmente nos interesses da classe dominante, pois a família atual capitalista baseia-se no Capital e no lucro privado, assim existindo a família centralizada, patriarcal, usando a mulher como um mero instrumento de produção, e para sustentar essa ideologia do sistema regente, usam da educação pra manter esses padrões ditos normais pela elite. E na dança não é diferente.
Historicamente a dança se confundiu com o desenvolvimento da humanidade, sempre ligada a momentos solenes se fez presente dos rituais religiosos aos rituais de guerra dando um aumento a sua importância, não vista em outras manifestações. E com a lógica burguesa de se apropriar de culturas para fortalecer seus interesses, usou a dança para coagir ainda mais essa “família” centralizada e essa “normalidade” da sexualidade humana.
O medo de tocar e ser tocado, a vergonha de manifestar seus sentimentos, não vem da natureza humana, como muitos afirmam, e sim da repressão histórica feita por interesses de uma minoria, como no feudalismo com a Igreja, e no capitalismo pela classe capitalista. Pois o tocar e ser tocado permite uma maior liberdade de expressão, um conhecimento e controle do corpo e de sua personalidade. Essa repressão histórica vem com o intuito de fortalecer os interesses de tal elite, de ver o homem como um simples meio de produção, alienando a sociedade a fim de fazê-la apenas reproduzir.
A dança como meio de cultura corporal, e método educacional, pode ser usada como um instrumento de libertação, usada como um efeito contrário à lógica burguesa, enfatizando a liberdade de expressão a fim de haver uma manifestação sentimental a ponto de superar a repressão da heteronormatividade (termo usado para enfatizar que a heterossexualidade é o padrão de normalidade sexual), equilibrando a existência da mulher, do homem e de suas diversas sexualidades.
No filme “Billy Eliot” podemos ver essa visão de homem como apenas modo de produção, quando o pai, trabalhador de uma mina de carvão mineral, obrigava seu filho a praticar o boxe, a fim de construir um homem forte para no futuro se tornar o centro da família para poder sustentar sua existência na sociedade, pois a classe trabalhadora vende sua força de trabalho, sua mercadoria, para permanecer com sua existência como classe trabalhadora, trocando o valor de sua mercadoria pelas suas necessidades básicas de existência, como comer, tomar água, etc... Assim, a escolha do menino em dançar balé foi altamente proibida pelo seu pai, pois a educação dada em sua sociedade foi a imposta pelos padrões burgueses de sustentação ao capital, como já foi citado antes.
Roubaram nossa cultura, roubaram nossa liberdade de expressão, nosso direito de pensar, nosso direito de escolha, falta muito pouco para roubarem de vez nosso direito de viver. Dessa maneira a dança pode ser mais um instrumento para ajudar a superar as repressões feitas pela sociedade capitalista, ajudando nas práticas sociais de cada indivíduo, tornando estes sujeitos pensantes capazes de lutar por todos nossos reais direitos, principalmente nosso direito de seres humanos, da nossa existência como pessoas frutos de uma sociedade igualitária e sem preconceitos.
Texto de: Marcius Fuchs
Guilherme Lovatto
Fontes:
Filme Billy Eliot do diretor Stephen Daldry;
O manifesto do Partido Comunista de Karl Marx;
Trabalho assalariado e capital & Salário preço e lucro de Karl Marx;
A masculinidade do homem que dança: O ensaio sobre a constituição da Identidade sexual de bailarinos. Pesquisa desenvolvida pelo coletivo de pesquisadores(as) do Grupo de Estudos e Pesquisas
6 comentários:
Poxa cara, adorei teu blog. Muito legal mesmo.
Parabéns!!!!
Vamos assim continuar na luta. Grande abraço.
Assina: Debora Londero
dale fuchs e guilhermaoo... :P
antes tarde q nuncaaa... falei q ia ler..
hiauhaiahaiua
muita bao o texto rapa... precisamos de mais aitutdes como essa para poder tocar na consciencia de mais pessoas e qum sabe abrir os olhos dos oprimidos que nao sao poucos por aih...
abraçaoo irmaozinhosss....
SAUDAÇOES ESQUERDISTAS!!!! (S.E.)
Muito bom esse texto para reflexão. É um assunto sobre o qual estamos debatendo constantemente em aula. Relacionar dança e sua prática por homens traz à tona uma reflexão sobre a masculinidade e todo o contexto histórico que influenciou o modo como a sociedade vê o homem, do modo como o consideramos atualmente, reflexão essa que foi bem apresentada por vocês. Como vocês disseram, o homem desde sempre é relacionado ao trabalho braçal, à força, alguém de sangue forte e comando. São características que a sociedade, ao longo de sua história, manteu viva, e são aquelas que até hoje vemos no nosso dia-a-dia. Mas, me pergunto também: E a liberdade de expressão? O mundo evoluiu tano nas várias revoluções, sejam elas políticas, socias ou culturais, falou-se tanto em liberdade, porém até hoje nem mesmo as mulheres tem o seu direito de livre expressão de suas idéias, de identidade. Eu vi esse filme do "Billy Eliot", e essa idéia capitalista do homem trabalhador e forte para exercer seu trabalho é mostrada. Concordo com vocês quando falam da dança como uma maneira de libertação, "enfatizando a liberdade de expressão a fim de haver uma manifestação sentimental". Respeitando os limites, sentimentos, a própria identidade de cada indivíduo, a dança pode ser uma forma de se expressar, de sentir-se bem, uma forma de diversão onde possamos ser nós mesmos. Não que dançar resuma-se somente a isso, mas isso também é possível. Quando um homem dança, ele não deixa de ser um indivíduo do sexo masculino. é hora de acabar com essa idéia de que homem não sente, e não se expressa. É passado!! Delicadeza?Leveza? Quem disse que homem não pode ser assim também. Deixemos de lado pensamentos individualistas de pessoas com ideiais egoístas que moldaram nossa sociedade do jeito que a temos hoje. Somos eu, tu, ele, ela. Eu sou única e você também é. Cada um de nós temos as nossas particularidades, vontades, desejos,ambições, preferências, essa liberdade de podermos assumir nossa identidade não pode ser abalada e reprimida, não podemos perder a nossa liberdade de expressão para atendermos às vontades de outros. O homem é homem, seja ele heterossexual, homossexual, seja ele romântico ou retraído, goste ele de se mostar forte, goste ele de dançar e se divertir, goste ele de lutar. E isso vale para nós, mulheres, também. Vejo que nós, como educadores, podemos interferir nessa situação, pois cada vez mais as crianças trazem de casa,dos amigos, essa visão de que homem se não fale grosso, não joga futebol, é "guriazinha" e que a menina que não gosta de balé, de voleibol, etc., e prefere o futebol, é machinho" (fora ainda questões como beleza, classe social). São situações que geram exclusão dentro do ambiente escolar. Ressalto o que vocês mesmos colocaram: " que é ser normal?". Não podemos criar um padrão, dentro do que consideramos importante e acreditar que todos devem se enquadrar, desconsiderando "que há contextos sociais próprio de cada ser". Dentro das nossas aulas de Educação Física, podemos, sim, auxiliar esse pequeninos a aceitar-se e respeitar a identidade de seu colega. Acredito que não é uma tarefa fácil de executar, porém, na luta, com certeza, evoluíremos junto aos nosso alunos.
Espero que vocês compreendam minha reflexão.
Muito bom o assunto!
Bjãaaaao
by íris :D
Por que não escreves mais?????
Hehehehe... Gostei muito de teus textos, continue a escrever no Blog.
Abraços da amiga Debora
fala fucs!!!!
bom cara, primeira vez q entro no teu blog!
mó legal os textos!!!
entra no meu tbm e assim debateremos....
bjoks
Sara!
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